A mente começou a contar suas histórias, mas a alma disse,
“Eu não tenho tempo para ouvi-las agora.”
Mevlana Jalal ud_din Rumi
Num momento de admiração ficamos sem palavras, presente. Num momento de espanto, um estado mais elevado surge;
“o Silêncio é o arauto perfeito da alegria,” diz Shakespeare, “Eu seria pouco feliz se pudesse quantificá-lo.”
Ao mesmo tempo, esta qualidade do silêncio revela as engrenagens do mecanismo interior de uma pessoa. Esta ‘paz que passa toda compreensão’ é uma medida. Os muitos Eus são barulhentos, e com intensidade maior quando estamos com a mente em imaginação desenfreada. Medidos pelo silêncio, os muitos Eus são personagens variadas do bobo da corte, identidades temporárias apoiadas por atitudes mecânicas.
À luz do verdadeiro Eu, eles são vistos como impostores;
os pensamentos sobre quem a pessoa é,
o que ela faz,
o que ela deve fazer,
o que os outros devem fazer.
Os Eus sobre sexo, dinheiro, possessões, saúde, status. Eus sobre o avanço espiritual, ou a falta dele. Eus que lisonjeiam ou degradam a pessoa.
Eles surgem e competem entre eles; os Eus somem quando o silêncio emerge.
Quando uma pessoa desperta, ela acha mais natural estar em silêncio do que falar, escutar mais do que conversar. A intenção do silêncio é provar a natureza ilusória dos muitos Eus. Eventualmente, se descobre que o caos dos Eus não tem poder sobre o silêncio dentro dele. Os muitos Eus desaparecem dentro do silêncio. A Presença se soma ao silêncio dentro do Ser.
A consciência é o direito de nascimento dos seres humanos, o ser humano pode nascer duas vezes, a primeira no mundo material, e de novo no mundo consciente.
Num momento de presença, a consciência flui para dentro e para fora na mesma freqüência harmônica da exalação e inalação da respiração. A presença unifica a consciência e sua matéria, a testemunha e sua participação na realidade. Ao estudar a energia da consciência, da atenção, descobrimos como controlá-la e usá-la para obter a consciência de si. Todas as pessoas têm esta energia em abundância, de acordo com sua saúde ou estado da mente, porém a chave para estar presente está em como esta energia é aplicada. A atenção se manifesta em vários níveis; por exemplo, o foco necessário para aprender uma habilidade, desenvolver um conceito, absorver um fato, ou o cuidado necessário para atravessar uma rua agitada. A atenção pode ser usada como o vínculo entre a mente e o sujeito, ou senão estamos presos na fascinação, ou enjaulados na imaginação. Seu uso mais elevado é conseguido através de um esforço especial para criar presença, separando-a do sujeito, mas mantendo seu foco, e o que parece impossível na imaginação, é mais possível na presença. Existem vários exemplos de como a atenção soma ao sujeito. O amor de um chefe de cozinha em cozinhar é um dos ingredientes de um prato delicioso. Os amantes descobrem um fluxo natural e magnético de atenção entre eles. Um dançarino se concentra num pulo de balé, que na sua performance se torna um salto espetacular. E através de esforços consistentes, o estado da presença se torna ciente de si, independente do estado do sono, independente do tempo, uma “alma viva”.
Existe um equilíbrio delicado em usar a atenção. Na maior parte do tempo, estamos sem foco, distraídos pelos eventos ou absorvidos em meio-pensamentos e medos, imagens associativas randômicas da imaginação. Observando isto, podemos nos dar um exercício: ficar consciente de nossa mão por quinze minutos. Durante o exercício, embora o objetivo seja uma lembrança consistente, o nosso nível de atenção flutua constantemente, se desvia para uma outra disposição, um desejo, ou um pensamento. Sem um objetivo, a atenção é levada para a impressão mais forte ou mais óbvia do seu redor, ou se absorve na imaginação vazia.
Ao observar quão facilmente a atenção pode ser interrompida, encontramos o verdadeiro desafio para desenvolver a consciência. Qualquer coisa que distrai a nossa atenção tem o poder sobre a alma. Ao mesmo tempo, a origem desta limitação vem de dentro de nós mesmos. ‘Um guerreiro espiritual,’ Abu Bakr escreve, ‘não tem inimigos exteriores.’ Nossa posição é intrigante e desconfortável, a consciência e a mecanicidade dividem a mesma pele, apesar de não serem compatíveis. Porém ao aceitar este fato, ambos estão livres para atuar seus papéis, a máquina funcionando de sua maneira usual, a consciência se desenvolvendo independentemente. Com disciplina, objetivo e apreciação pelo propósito superior em nossas vidas, a atenção pode ser usada para desenvolver um material elevado do corpo astral.
Você esta em minha cabeça, Eu rezo por sua voz cada vez que eu me afasto sem querer Embora eu não compreenda/ A razão, eu estou preso aqui na eternidade... ajude-me conservar minha alma E Rendo-me a seu graça!
tire-me do erro (ou "leve-me ao lado certo) Você sabe que eu sei que você está aqui